VAI, PATTON!
Final de semestre, vestibular batendo na porta... Tempo livre é escasso. Logo, não ouvi todos os lançamentos que queria ter ouvido – como sempre – e muito provavelmente não ouvirei mais nenhum nesse quase fim de ano.
Mas isso não significa que não pude conferir
o que anda sendo produzido de bom em 2015. Esse ano, a meu ver, foi bem satisfatório.
O objetivo dessa lista é fazer um apanhado do que mais gostei resumido em
músicas, meio que um best of de singles. Não tenho a pretensão de eleger
melhores do ano ou algo do tipo, apenas relembrar e compartilhar o que agradou
meus ouvidos
Obs.: em ordem alfabética.
Black Alien – Rock’n’roll (feat. Edi Rock)
O aguardado retorno de Black Alien ao
estúdio após 11 anos com “Babylon by Gus Vol. II: O Ano do Macaco” foi aquém do
esperado. Trouxe, contudo, algumas pedradas dignas da carreira do rapper
carioca. Rock’n’roll é uma das mais destacáveis do novo trabalho, não só pela
base pesada e letra pertinente, mas também por contar com o veterano Edi Rock,
dos Racionais MCs, dividindo os microfones com Gustavo. O resultado é
destruidor.
Björk – Lionsong
A sempre peculiar Björk compôs “Vulnicura”
como forma de se recuperar da instabilidade emocional que ela viveu após seu
conturbado divórcio. O álbum possui uma sonoridade exótica cheia de nuances e
experimentações, sendo a belíssima Lionsong um perfeito exemplar desses
aspectos. Detalhe para as percussões e os instrumentos de cordas, ambos
elementos frequentes no último disco da islandesa.
Faith No More – Motherfucker
O sensacional show do Faith No More no Rock
in Rio na última sexta-feira me obrigou a conferir o material dos caras.
Comecei por “Sol Invictus”, e a experiência foi satisfatória. Escolhi Motherfucker
por esta já ter se tornado a abertura definitiva das apresentações da turnê
atual da banda e ser uma amostra bem dosada de toda a irreverência e
competência de Mike Patton e companhia. Get the motherfucker on the phone!!!
Ghost – From The Pinnacle To The Pit
Nunca havia dado muita atenção aos suecos
do Ghost; minha remissão foi a melhor possível. “Meliora” foi, sem dúvidas, a
maior surpresa que tive esse ano. Apesar
de não ser a minha favorita do disco – o título vai para Mummy Dust –, From The
Pinnacle To The Pit é um hard rock tão bom que não poderia ser deixado de fora.
Retrô sem ser cópia da cópia, perfeito para ser entoado por estádios inteiros.
Luiza Lian – Escuta Zé
Luiza Lian é uma cantora paulista que
surgiu na cena recentemente com seu disco homônimo. Acompanhada por uma banda
que conta com Martim Bernardes e Guilherme D’Almeida (O Terno), entre outros, sua
notável voz casa perfeitamente com o misto de passado e presente dos elegantes
instrumentais. Escuta Zé, ácida e necessária, é o grande destaque.
Motörhead – Electricity
“Live fast, die young”, bradavam os punks
mais inconsequentes. No caso de Lemmy Kilmister, o lema tem que ser adaptado
para “live fast, die old”. O baixista, vocalista e dono de uma das maiores
instituições do heavy metal mundial foi tão inconsequente quanto seus
contemporâneos de calça rasgada e jaqueta de couro, e agora sofre as consequências.
Mas o gosto pelo barulho não abandonou o inglês no alto dos seus 70 anos,
felizmente. Electricity, faixa de "Bad Magic", é tudo o que o Motörhead sempre
foi: direto, reto e pesado. E sensacional.
Napalm Death – Metaphorically Screw You
À semelhança do Motörhead, seus
conterrâneos do Napalm Death tem uma longevidade invejável e, mais que isso,
uma capacidade impressionante de reinvenção. Se a partir da década de 1990 eles
abraçaram de vez a mescla de death metal com grindcore, no momento vem
incrementando essa fórmula da melhor maneira possível. “Apex Predator – Easy Meat”
prossegue com a barulheira profissional de “Utilitarian” (2012) e tem várias
pérolas da porradaria, sendo Metaphorically Screw You uma das mais memoráveis.
St. Vincent – Teenage Talk
Impossível não mencionar a artista mais
interessante dos últimos tempos. Depois do autointitulado do ano passado, Annie
Clark embarcou em uma turnê extensa, inclusive tocando no Lollapalooza Brasil.
Enquanto o álbum novo não chega, os fãs se contentam com Teenage Talk, uma
balada nostálgica, minimalista e maravilhosa.
Viet Cong – Continental Shelf
Coincidentemente, a última música dessa
lista é a que eu mais ouvi ao longo desses meses. A fórmula é simples: pós-punk
na escola do Joy Division e The Cure. Ou seja, produção cheia de ecos e delays,
bateria tribal e clima sombrio. O Viet Cong estreou esse ano com um dos
trabalhos mais expressivos de 2015 e ainda vai fazer muito barulho por aí. Por
ora, Continental Shelf é uma das minhas músicas favoritas.