domingo, 11 de outubro de 2015

The perks of being a wallflower: uma ode à adolescência

Não subestime o mainstream.

Em 1999, Stephen Chbosky estreou na literatura com “The perks of being a wallflower”, um romance epistolar sobre o começo da adolescência e tudo o que vem junto dela. O sucesso foi estrondoso. Em 2012, o livro foi adaptado para o cinema com roteiro escrito pelo próprio Chbosky e astros juvenis como Logan Lerman (Percy Jackson), Emma Watson (Harry Potter) e Ezra Miller (We need to talk about Kevin) no elenco.

Em 2012, eu estava no último ano do Ensino Fundamental. Quando fiquei sabendo da mais nova febre entre meus colegas de classe, não pude ser mais cético. Um filme com a Hermione e o Percy Jackson chamado “As vantagens de ser invisível”? Perda de tempo.

Em 2014, eu estava no segundo ano do Ensino Médio, vivendo os conflitos – interiores e exteriores – diários e extremamente desgastado por isso. Foi aí que o livro chegou às minhas mãos. Li, ainda que um pouco receoso, e foi uma experiência inexplicável. Depois disso assisti ao filme por 4 ou 5 vezes.

Não subestime o mainstream.


“As vantagens de ser invisível” livro tem como protagonista Charlie, um adolescente solitário (daí o “wallflower”) com um histórico de problemas psicológicos às vésperas de ingressar no Ensino Médio. Sua jornada torna-se mais prazerosa quando ele conhece Sam e Patrick, dois veteranos “da ilha dos desajustados”. A partir daí, dá-lhe festas, drogas, música, brigas e reconciliações. A narrativa de Charlie é cativante por ser um mergulho profundo na mente de um adolescente lutando para lidar com os perrengues dessa fase da vida.

“As vantagens de ser invisível” filme tem uma relação interessante com o romance. Por Stephen Chbosky estar envolvido em ambos, inspiração e adaptação complementam-se muito bem. A inspiração é obviamente superior, mas o filme merece ser visto e revisto pelas passagens que diferem do romance, e vice-versa.

Um elemento essencial da trama é a música. A história se passa no início dos anos 1990, logo as mixtapes são uma constante e o rock alternativo está se apossando do seu trono de direito. Por isso, a trilha sonora da película é recheada de hinos hipsters (“Teenage Riot” do Sonic Youth, “Asleep” dos Smiths, “Pearly-dewdrops’ Drops” do Cocteau Twins) e alguns hits improváveis (“Tugboat” do Galaxie 500, “Low” do Cracker, “Dear God” do XTC), sem mencionar as incursões por décadas anteriores com “Come On Eileen” do Dexy’s Midnight Runners e “Heroes” do David Bowie. Uma coletânea digna de Charlie, sem dúvidas.

Recentemente reli o livro e as emoções foram as mesmas que senti na primeira leitura. Acredito que todo mundo que já foi adolescente alguma vez na vida se identificará com a sensibilidade aflorada, o sentimento de não-pertencimento, o sentimento de pertencer a algo, a rebeldia, o amor, enfim, a vida de Charlie.

E, nesse momento, seremos infinitos.

Obrigado, Stephen Chbosky, Emma Watson, Logan Lerman e Ezra Miller. Obrigado a quem me emprestou o livro no segundo ano, e obrigado à livraria em que pude comprá-lo e relê-lo para reviver uma das melhores experiências que já vivi. Quanto a quem não leu/assistiu, faça-o. Por favor.

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