quarta-feira, 8 de julho de 2015

Noel Gallagher's High Flying Birds - Chasing Yesterday (2015)


Em seu segundo álbum solo, Noel Gallagher faz um trabalho orquestradamente impecável

por José Victor

Após o fim do Oasis em 2009, o compositor e guitarrista, Noel Gallagher decidiu montar uma nova banda para apoiá-lo no palco e seguir carreira solo. O que de início parecia pretensioso, tornou-se algo maravilhosamente bom com o lançamento do primeiro álbum homônimo, Noel Gallagher’s High Flying Birds, lançado em Outubro de 2011, foi recebido muito bem pela crítica, visto que, recebeu  8 de 10 da NME e 4 de 5 estrelas da Q Magazine. Ademais, o álbum, que continha uma mistura perfeita de música pop, arranjos orquestrais e refrões de um rock muito grudento (como o próprio Oasis tivera outrora), foi recebido muito bem pelos fãs – numa enquete no site da Rolling Stone, cujo propósito era descobrir os 50 melhores discos de 2011, o primeiro álbum do ex-Oasis terminou em nono lugar.
                
Após a turnê do primeiro disco e 4 anos de espera, o segundo álbum do High Flying Birds, Chasing Yesterday, enfim, foi lançado em 25 de fevereiro deste ano.

Apesar de não ter sido tão bem recebido como seu antecessor pela crítica, ele não decepciona, e marca uma fase mais experimental na carreira de Noel Gallagher. Quase todas as músicas do álbum tem elementos bem diferentes daqueles usados com o Oasis ou do primeiro disco do High Flying Birds: "The Right Stuff",  tem falsetes bem afinados que levam a música a uma direção bem experimental;  "Riverman", é uma música potente e bem pop, que no seu interlúdio possui um saxofone bem do “tipo Pink Floyd”, algo que o próprio Gallagher não imaginava não permitiria nos tempos de Oasis - como revelou em uma entrevista recente a Rolling Stone; a balada lenta e emotiva “The Girl with X-Ray Eyes”, de início se parece até um pouco com “Stairway to Heaven” devido a progressão de acordes, mas depois se desenvolve numa canção que não caberia no primeiro disco do High Flying Birds e muito menos em um álbum do Oasis, sendo que o seu solo tem uma sonoridade muito peculiar- algo que parece ser uma genuína mistura de um tremolo com um phaser; The Mexican é uma  mistura interessante entre power chords pesados e sopros muito bem orquestrados.

Entretanto, Noel Gallagher ainda carrega suas raízes e experiências na bagagem.  Canções como “You Know We Can’t Go Back” e “Lock All The Doors” poderiam muito bem entrar em discos do Oasis, ambas possuem um instrumental mais puxado para o rock que consagrou o Oasis no anos 90 e 2000, inclusive, “Lock All The Doors” se assemelha muito com “Morning Glory”, sucesso do (What’s the Story) Moning Glory?, de 1995 do Oasis. “In the Heat of The Moment” com seu refrão estrondoso e uma letra digna do meu melhor compositor da era britpop, é o ápice pop do álbum, assemelhando-se um pouco com os hits do primeiro disco como “Everybody’s on the Run” e  “Dream On”.

Por fim, o disco termina com a odisseia lírica e grandiosa de pouco mais de 5 minutos  que é “The Ballad of Mighty I”, é algo que mesmo carregando uma sonoridade próxima de outro hit dançante do Noel Gallagher’s High Flying Birds(2011), “AKA What a Life” , ainda é uma música muito inovadora, fazendo justiça ao fechar um disco dessa magnitude. Sem dúvida, desde já esse disco é um dos melhores lançados neste ano, ao ouvi-lo é impossível não notar a habilidade que tem Gallagher de moldar a suas músicas de um modo pop, orquestrado e experimental ao mesmo tempo. Ainda que o Oasis não exista mais,  Gallagher e sua obra seguem “muito bem obrigado”.

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